Olho...Ouço...



Gosto de  olhar o Céu. Morada de quem eu amo. A 19 de Marco de 1994, numa noite de nevoeiro. Morrias, diante dos meus olhos. Lembro-me dos pormenores com uma nitidez incrível. Lembro-me de sentir que a passagem do tempo era das coisas mais dolorosas de uma vida. Em minutos, escassos minutos, a minha vida transformou-se para sempre. Num momento, estava a olhar para ti. A deslizar os meus dedos na tua face. No momento seguinte, morrias. Se me fosse possível escolher, teria ficado eternamente no momento em que tu ainda olhavas para mim, com os teus olhos verdes. Completamente alheio ao facto de que ias morrer a seguir. Tinha ficado nesse momento. E fazia-o durar.  Fazia-o durar até envelhecermos.  Sinto falta  do teu sorriso. Sinto falta do teu cheiro. Sinto falta de te saber por perto. Que bom seria, ter-te aqui para veres como estou feliz, como os meus filhos são lindos. Sinto falta daquele sentimento que partilhávamos de sermos a única coisa que realmente importava nas nossas vidas.  É-me difícil imaginar uma dor maior do que esta. A tua memória é como uma enorme onda, que, de vez em quando, rebenta sobre mim e se desfaz em espuma. 


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